Sem poder encontrar clientes ou fechar novos negócios pessoalmente, empresas do setor imobiliário vêm implementando adaptações. O segmento é um dos que mais podem ser impactados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e em virtude dessa realidade inesperada, a tecnologia oferece a possibilidade de manter os negócios na ativa na quarentena.
No setor imobiliário, por exemplo, o formato mais completo e assertivo dentre todos é a Realidade Aumentada (RA), uma das mais recentes técnicas digitais desenvolvidas para múltiplas finalidades. Uma projeção feita no ano passado pelo Goldman Sachs aponta que, até 2025, o mercado imobiliário deve investir cerca de US$ 2,6 bilhões (aproximadamente R$ 13,5 bilhões) em RA e RV (Realidade Virtual).
Por meio da RA, clientes podem, por exemplo, conhecer plantas e até decorados de qualquer tipo de empreendimento, como casas, apartamentos, terrenos e espaços coorporativos. “A tecnologia é muito dinâmica, sendo possível fazer simulações de conceitos de decoração, trocar objetos e trocar cores de parede, por exemplo. O cliente pode ter uma experiência interativa muito impactante sem sair de casa e, ainda, pode mostrar e dividir com pessoas da família, que podem ter opiniões importantes neste momento de decisão de compra do imóvel”, detalha Raphael Magri, um dos sócios da RD3 Digital, uma das empresas pioneiras em Realidades Aumentada e Virtual no Brasil.
No caso de projetos de decoração, a tecnologia pode fazer o cliente “entrar” virtualmente nos ambientes. Além de conseguir observar os espaços e a decoração, com a realidade aumentada, o cliente tem a visualização do imóvel no terreno real do projeto e pode verificar a fiação elétrica, o encanamento e áreas externas, por exemplo.
Leonardo Bartz, fundador da Mint Studios, empresa que desenvolve projetos para empreendimentos imobiliários, entende que a RA é fundamental neste momento e procurou a RD3 para dar sequência aos negócios. “Hoje, com a quarentena, podemos levar a maquete virtual para dentro da casa do cliente e isso ajuda na tomada de decisão. Com todos os plantões de vendas fechados, é importante dar opções para o cliente conseguir visualizar e tirar as dúvidas sobre o projeto”, conta. Na visão do empresário, o futuro da Realidade Aumentada é muito promissor, haja visto, ainda, a popularização e a melhora das câmeras e sensores dos celulares. “Cada vez mais, teremos projetos implantados. Muitas tecnologias antes tidas como tendência passarão a ser mais aceitas. A RA estava engatinhando no mercado imobiliário, mas teve que acelerar perante a situação”, completa.
“A realidade aumentada já é uma tendência que, aos poucos, vem sendo aplicada no mercado imobiliário, mas, em momentos como este que estamos vivendo, é importante que as empresas estejam sempre investindo em tecnologia. Essa é uma ferramenta que qualifica o trabalho do corretor e facilita o atendimento não presencial”, emenda Magri.
O sócio reforça que ao longo dos projetos, amadureceu o uso do RA, e lembrou que a empresa foi responsável pelo desenvolvimento do primeiro aplicativo mobile de realidade aumentada para o consumidor final do mercado imobiliário nacional e conta com uma vasta carteira de clientes: Coca-Cola, Sanofi, Pepsico, Kawasaki, Natura, Sodexo, Claro TV, Unilever e O Boticário, por exemplo.